segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Igreja Adventista do Sétimo Dia

1.1 – Histórico e surgimento:
A Igreja Adventista do Sétimo Dia[6] foi fundada por William Miller (1782-1849), um fazendeiro zeloso e estudioso da Bíblia, residente em Pittsfield, Massachusetts, EUA. Gostava muito de estudar os livros de Daniel e Apocalipse e achou que havia descoberto a volta de Cristo segundo uma interpretação “dia-ano” de Daniel 8:14. Sua primeira tentativa foi para 22 de Março de 1843, anunciando desde 1831. Tentou novamente em 22 de Outubro de 1844 “levando-o a desistir dos seus cálculos e voltando a sua origem religiosa”[7] como bem citado pelo prof. Roque Lopes. Como Cristo não voltou em 1843/44, os seguidores de Muller enfrentaram perseguição e como conseqüência organizaram a Igreja Adventista[8] (que significa advento, uma referência a segunda vinda de Cristo). No entanto, suas crenças foram desenvolvidas posteriormente por Hiram Edson e Ellen G. White. Os Adventistas iniciaram suas atividades como grupo entre 1850 a 1860, sendo oficializado como instituição em 1863 nos EUA[9]. Hiram Edson, discípulo de Miller, teria recebido uma revelação quando andava em um milharal, que Miller estava errado em sua profecia. Segundo Edson, ao estudar Daniel 8:14, em 1844 Cristo passará para um santuário celestial (antes estava em um santuário entre o céu e a terra fazendo a distinção entre santuário santo e santo dos santos), antes ministrando a pecadores e agora fazendo o juízo investigativo[10]. Ellen G. White nasceu em 26 de Novembro de 1827 em Gorhan, Portland, EUA. É considerada pela IASD como profetiza inspirada tendo os seus escritos no mesmo patamar que a Bíblia Sagrada.[11]
Segue a história da IASD no Brasil em desenvolvimento cronológico:
“1884 - O pacote contendo dez revistas Arauto da Verdade, em alemão, chega a Brusque, SC.
1890 - Surgem os primeiros seguidores da fé Adventista no Brasil.
1893 - Albert B. Stauffer, primeiro missionário enviado ao Brasil pela liderança mundial da Igreja Adventista, chega em São Paulo.
1894 - Albert Bachmeier encontra Adventistas em Brusque e em Gaspar Alto;
W. H. Thurston chega ao Rio de Janeiro com dois caixotes de livros, estabelecendo naquela cidade um depósito de livros.
1895 - Pastor Frank H. Westphal chega ao Rio de Janeiro em fevereiro. Acompanhado por Albert Stauffer, inicia uma viagem realizando batismos em São Paulo e terminando com a cerimônia batismal de Gaspar Alto, em junho.
Em oito de junho de 1895, a primeira igreja adventista do Brasil é estabelecida com a inauguração de seu templo na cidade de Gaspar Alto, Santa Catarina.
No mês de julho, os irmãos Berger chegam ao Brasil para colportar.
Pastor H. F. Graf chega ao Brasil em agosto e, em dezembro, realiza o batismo em Santa Maria do Jetibá, no Espírito Santo.
É criada a Missão Brasileira da Igreja Adventista.
1896 - Pastor Spies chega ao Brasil e batiza 19 pessoas em Teófilo Otoni, Minas Gerais; Em julho começa a funcionar o Colégio Internacional de Curitiba, PR, a primeira escola particular adventista.”[12]
Seu veiculo de comunicação chama-se Casa Publicadora, tem uma marca própria de conservantes e alimentos e mantém escolas e hospitais por todo Brasil. Hoje há diversas denominações adventistas. Existe a tradicional, que é a principal e uma vertente que abriu mão dos costumes judaizantes (guarda do sábado, etc.) para se aproximarem dos evangélicos.

1.2: Doutrinas peculiares da IASD
A IASD em vários aspectos se assemelha com uma igreja evangélica ou com a Igreja de Cristo[13]. A IASD crê na trindade, na pecaminosidade da raça humana, na ressurreição e na volta de Cristo e em outros ensinamentos que os evangélicos também professam[14]. No entanto, segundo o Prof. Luiz Sayão da FTBSB e da STSC, “apesar de ser um grupo significativo, é (...) separado dos evangélicos por seu exclusivismo e ensinamentos peculiares na área de escatologia, necessidade da guarda do sábado e de obediência a regras alimentares mosaicas”[15], ou seja , se separa dos evangélicos por causa dos seguintes ensinamentos: Profecia sobre a data da volta de Cristo, Satanás como co-redentor dos pecados, exclusivismo, inspiração profética nos escritos de Ellen G. White como fonte de verdade, guarda do sábado, crença no ministério de Cristo no santuário celestial, juízo investigativo e o sono da alma. Essas doutrinas serão expostas aqui uma a uma e depois refutadas biblicamente.

1.2.1: A profecia da data da volta de Cristo
William Miller analisou o texto de Daniel 8:14 ,

“Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado.”[16]

imaginando que 2.300 tardes e manhãs seriam anos proféticos (baseados em Nm 14:34 e Ez 4:6) relacionados a data da volta de Cristo e o fim do mundo. Para Miller, o santuário é a terra e a purificação será a segunda vinda de Cristo com fogo (2 Pe 3: 9-10). Então, ele precisava saber a data de partida para essa contagem. Examinando Daniel 9:25, ele entendeu que a contagem regressiva dos 2.300 anos seria a partir da ordem dada para a reconstrução de Jerusalém. Então ele foi para Esdras 7: 11-26 onde leu que o Rei Artaxerxes permitiu que os utensílios retirados do templo fossem liberados para a reconstrução. Isso se deu na data de 457 a. C., daí 2300 – 457 = 1843, ano marcado por Miller para a volta de Cristo.

1.2.2: Satanás como co-redentor dos pecados
A doutrina de Satanás como co-redentor dos pecados tem como pano de fundo a compreensão adventista do que eles chamam de grande conflito:
“8. O Grande Conflito
Toda a humanidade está agora envolvida num grande conflito entre Cristo e Satanás, quanto ao caráter de Deus, Sua Lei e Sua soberania sobre o Universo. Esse conflito originou-se no Céu, quando um ser criado, dotado de liberdade de escolha, por exaltação própria, tornou-se Satanás, o adversário de Deus, e conduziu à rebelião uma parte dos anjos. Ele introduziu o espírito de rebelião neste mundo. Observado por toda a Criação, este mundo tornou-se o palco do conflito universal, dentro do qual será finalmente vindicado o Deus de amor. (Apoc. 12:4-9; Isa. 14:12-14; Ezeq. 28:12-18; Gên. 3; Gên. 6-8; II Pedro 3:6; Rom. 1:19-32; 5:19-21; 8:19-22; Heb. 1:4-14; I Cor. 4:9”[17]

Após o Juízo investigativo e a obra completa de Cristo no santuário celestial, “parte dos pecados dos remidos deverão ser colocados sobre Satanás. Somente quando isto for feito é que toda obra da salvação será completa”[18], como está escrito na obra de Ellen G. White O Conflito dos séculos “Ele os colocará (pecados dos remidos) sobre Satanás”[19]. Essa doutrina é baseada na interpretação de Levíticos 16:1-28. O bode da expiação tipifica Cristo e o bode emissário que foi enviado ao deserto tipifica Satanás.

1.2.3 Exclusivismo
O exclusivismo é a marca de toda seita. A IASD também manifesta seu exclusivismo de uma forma diferente:
“13. O Remanescente e sua Missão
A Igreja universal compõe-se de todos os que verdadeiramente crêem em Cristo; mas, nos últimos dias, um remanescente tem sido chamado para fora, a fim de guardar os mandamentos de Deus e a fé de Jesus. Este remanescente anuncia a chegada da hora do Juízo, proclama a salvação por meio de Cristo e prediz a aproximação de Seu segundo advento. (Mar. 16:15; Mat. 28:18-20; 24:14; II Cor. 5:10; Apoc. 12:17; 14:6-12; 18:1-4; Efés. 5:22-27; Apoc. 21:1-14).”[20]

Aqui parece que eles crêem em salvação fora da IASD e que esta (remanescente) é mais especial para Deus (pela guarda do sábado e ênfase na segunda vinda). Pode ser também a crença de que a Igreja universal é composta por todos aqueles que creram em Cristo antes do surgimento da IASD como denominação. Mas a primeira opção parece ser a mais plausível porque a IASD é membro de organizações ecumênicas[21].

1.2.4 Inspiração profética nos escritos de Ellen G. White como fonte de verdade
Os livros escritos por Ellen G. White são inspirados no mesmo patamar das Escrituras Sagradas.

“18. O Dom de Profecia
Um dos dons do Espírito Santo é a profecia. Este dom é uma característica da Igreja remanescente e foi manifestado no ministério de Ellen G. White. Como a mensageira do Senhor, seus escritos são uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam conforto, orientação, instrução e correção à Igreja. (Joel 2:28 e 29; Atos 2:14-21; Heb. 1:1-3; Apoc. 12-17; 19:10).”[22]

1.2.5 A Guarda do Sábado
O sábado é para a IASD uma questão central em sua doutrina, é um distintivo desse grupo. Por isso o nome IA do Sétimo Dia. “Deixar de guardar o sábado é renunciar a fé. (...) é a marca, o selo do povo de Deus; é a linha divisória entre aqueles que servem e não servem a Deus. É pela guarda do sábado que se consideram o único povo santo, salvo e que faz a vontade de Deus”[23] como citou o prof. Roque Lopes.
“20. O Sábado
O bondoso Criador, após os seis dias da Criação, descansou no sétimo dia e instituiu o Sábado para todas as pessoas, como memorial da Criação. O quarto mandamento da imutável Lei de Deus requer a observância deste Sábado do sétimo dia como dia de descanso, adoração e ministério, em harmonia com o ensino e prática de Jesus, o Senhor do Sábado. (Gên. 2:1-3; Êxo. 20:8-11; 31:12-17; Lucas 4:16; Heb. 4:1-11; Deut. 5:12-15; Isa. 56:5 e 6; 58:13 e 14; Lev. 23:32; Mar. 2:27 e 28).”[24]

1.2.6 Crença no ministério de Cristo no santuário celestial

Como Cristo não voltou em 1843, Hiram Edson explicou a conta de Miller da seguinte maneira: Nesta data, Cristo saiu do compartimento santo ministrando a pecadores e passou para o santo dos santos (conforme o santuário descrito no AT) para concluir sua obra de salvação.

“24. O Ministério de Cristo no Santuário Celestial
Há um santuário no Céu. Nele Cristo ministra em nosso favor, tornando acessíveis aos crentes os benefícios de Seu sacrifício expiatório oferecido uma vez por todas, na cruz. Ele foi empossado como nosso grande Sumo Sacerdote e começou Seu ministério intercessório por ocasião de Sua ascensão. Em 1844, no fim do período profético dos 2.300 dias, Ele iniciou a segunda e última etapa de Seu ministério expiatório.”[25]

1.2.7 Juízo Investigativo
Cristo, após ficar 18 séculos ministrando a pecadores no primeiro compartimento do santuário celestial, começa uma nova etapa de sua obra expiatória, o juízo investigativo de cada pecado no santuário para a obra da redenção final.

“O juízo investigativo revela aos seres celestiais quem dentre os mortos será digno de ter parte na primeira ressurreição. Também torna manifesto quem, dentre os vivos, está preparado para a trasladação ao Seu reino eterno. A terminação do ministério de Cristo assinalará o fim do tempo da graça para os seres humanos, antes do Segundo advento. (Heb. 1:3; 8:1-5; 9:11-28; Dan. 7:9-27; 8:13 e 14; 9:24-27; Núm. 14:34; Ezeq. 4:6; Mal. 3:1; Lev. 16; Apoc. 14:12; 20:12; 22:12).”[26]

1.2.8 O sono da alma
Também chamada imortalidade condicionada, essa doutrina ensina que as pessoas que morreram se encontram em um estado de inconsciência enquanto Cristo termina o juízo investigativo, ou seja, a pessoa fica inconsciente entre a sua morte e a ressurreição. Essa interpretação é baseada em versículos que usam a palavra dormir.
“Até aquele dia, a morte é um estado inconsciente para todas as pessoas. (I Tim. 6:15 e 16; Rom. 6:23; I Cor. 15:51-54; Ecles. 9:5 e 6; Sal. 146:4; I Tess. 4:13-17; Rom. 8:35-39; João 5:28 e 29; Apoc. 20:1-10; João 5:24 )”[27]

1.3 Refutação
1.3.1 Profecia da data da volta de Cristo
“Daquele dia e hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai.” Mateus 24:36

“Respondeu-lhes: A vós não vos compete saber os tempos ou as épocas, que o Pai reservou à sua própria autoridade.” Atos 1:7

A regra de interpretação de William Miller “dia-ano” não tem apoio das Escrituras. O texto de Daniel 8:14,

“Ele me respondeu: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; então o santuário será purificado.”

Tem como significado uma possível referência a sacrifícios realizados as tardes e as manhãs para a purificação do templo. A profecia teve seu cumprimento em alguma perseguição promovida por Antíoco IV[28] entre 171 a. C e 164 a.C.[29]
1.3.2 Satanás como co-redentor dos pecados

O texto de Levíticos 16:5,10 não tipifica que o bode emissário representa Satanás.
“5 E da congregação dos filhos de Israel tomará dois bodes para oferta pelo pecado e um carneiro para holocausto. 10 mas o bode sobre que cair a sorte para Azazel será posto vivo perante o Senhor, para fazer expiação com ele a fim de enviá-lo ao deserto para Azazel.”

Ambos os bodes representam Cristo. O primeiro indicava expiação plena do pecado e o segundo a completa remoção da maldição.[30]
Jesus Cristo é a propiciação dos nossos pecados (Rm 3:25, Hb 2:17, 1 Jo 2.2) e é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1:29). Somente a pessoa de Jesus Cristo salva o pecador (At 4:12, 1 Tm 2:5). Satanás será lançado no lago de fogo (Ap 20:10) e não tem nenhuma participação na economia da salvação.

1.3.3 Exclusivismo
Ninguém é salvo por uma instituição e/ou por fazer parte de um grupo. A salvação está na pessoa de Jesus Cristo (Jo 3:16, At 4:12, Rm 10:9-10, 1 Tm 2:5) sendo exclusividade dele.

1.3.4 Inspiração profética nos escritos de Ellen G. White como fonte de verdade
Somente os escritos da Bíblia são inspirados por Deus.
“Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça;” 2 Tm 3:16

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo.” 2 Pe 1:21

Nenhuma profecia pode ser acrescentada a Escritura.

1.3.5 A Guarda do Sábado
Realmente Deus instituiu o sábado como memorial da criação. Segundo o reformador João Calvino, quando Deus instituiu o sábado, Ele queria dar um descanso espiritual a Israel, o seu povo escolhido, queria um dia para que Ele fosse adorado no ouvir da sua lei e o cumprimento das cerimônias e dar um dia de descanso aos seus servos[31]. A questão é a obrigação da obediência ao sábado no período da nova aliança. Os dez mandamentos devem ser obedecidos e cumpridos (vide o Senhor Jesus no sermão da montanha Mt 5-7), mas a IASD faz uma mistura entre a lei moral (dez mandamentos) e a lei cerimonial. Segundo o prof. Dr. Mauro Meister “a lei cerimonial (...) é uma aplicação simbólica (da lei moral)”[32], a lei cerimonial está mais concentrada no livro de Levítico como por ex. leis proibindo comer carne de animais, pois estes representavam imundice. A IASD prega a obediência a estas leis cerimoniais que se cumpriram em Cristo. O apóstolo Paulo escreveu que o sábado foi uma sombra do que havia de vir, Cristo.
“16 Ninguém, pois, vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa de dias de festa, ou de lua nova, ou de sábados, 17 que são sombras das coisas vindouras; mas o corpo é de Cristo.” Colossenses 2: 16-17.

O nosso Senhor Jesus Cristo se colocou como senhor do sábado, defendendo a criação do sábado para servir o homem e não o contrário.
“23 E sucedeu passar ele num dia de sábado pelas searas; e os seus discípulos, caminhando, começaram a colher espigas. 24 E os fariseus lhe perguntaram: Olha, por que estão fazendo no sábado o que não é lícito? 25 Respondeu-lhes ele: Acaso nunca lestes o que fez Davi quando se viu em necessidade e teve fome, ele e seus companheiros? 26 Como entrou na casa de seus, no tempo do sumo sacerdote Abiatar, e comeu dos pães da proposição, dos quais não era lícito comer senão aos sacerdotes, e deu também aos companheiros? 27 E prosseguiu: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. 28 Pelo que o Filho do homem até do sábado é Senhor.” Marcos 2: 23-28

No entanto a Bíblia coloca um dia para adoração e devemos ter um dia para nosso descanso. Esse dia foi mudado para o domingo na dispensação da nova aliança porque foi o dia que nosso Senhor ressucitou.

“No primeiro dia da semana, tendo-nos reunido a fim de partir o pão, Paulo, que havia de sair no dia seguinte, falava com eles, e prolongou o seu discurso até a meia-noite.” Atos 20:7

“Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor, e ouvi por detrás de mim uma grande voz, como de trombeta,” Apocalipse 1:10

Neste dia os cristãos se juntam e se unem para adorar o Senhor em comunidade prestando culto a Ele no dia em que o Senhor Jesus ressucitou dentre os mortos.
O uso do sábado e a proibição de alimentos são ensinamentos judaizantes não sendo obrigatório para os gentios na dispensação da nova aliança. Quando estes se tornam obrigatórios, podemos aplicar o texto em que o Apóstolo Paulo se refere aos judaizantes que importunavam os crentes gálatas.
“8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.” Gálatas 1:8 (ou seja, maldito)

Aliás, por falar em Gálatas, a IASD conserva a guarda do sábado e a proibição de alimentos, mas não conservou a expiação de animais, a circuncisão e outros aspectos da lei cerimonial. Não está também em sua confissão de fé se a guarda do sábado é no fuso horário do período bíblico (a partir do por do sol) ou deve ser guardada em nosso fuso horário (a partir da meia noite). Certamente a IASD prega outro evangelho.

1.3.6 Crença no ministério de Cristo no santuário celestial
Os textos de hebreus 8: 2 e 9:24 não apóiam a existência do santuário celestial.
“ministro do santuário, e do verdadeiro tabernáculo, que o Senhor fundou, e não o homem.” Hebreus 8.2

“Pois Cristo não entrou num santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, mas no próprio céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus;” Hebreus 9:24

O livro de Hebreus tem como objetivo mostrar a superioridade de Cristo entre o celestial e o terreno, Jesus é superior a tudo o que foi revelado anteriormente. Então, seguindo o ponto do livro de Hebreus, os textos não apóiam essa divisão entre santuários celestiais feito pela IASD.
O próprio livro de Hebreus diz que a oferta da expiação em Cristo foi feita uma vez por todas, portanto Cristo não está fazendo nenhuma expiação em santuário nenhum.
“Pois com uma só oferta tem aperfeiçoado para sempre os que estão sendo santificados.” Hebreus 10:14

1.3.7 Juízo investigativo

A obra da salvação foi consumada na cruz (Jo 19:30, Cl 2:13-17, Rm 5:10). Aqueles que confiam em Cristo para o perdão dos seus pecados não passará por nenhum juízo investigativo, pois os pecados passados, presentes e futuros já foram perdoados, apagados e esquecidos por Deus (Is 43:25 e At 3:19).
“10 É nessa vontade dele que temos sido santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez para sempre.11 Ora, todo sacerdote se apresenta dia após dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar pecados;12 mas este, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados, assentou-se para sempre à direita de Deus,”.

1.3.8 O Sono da alma

Os seguintes textos afirmam que a alma dos cristãos vai imediatamente para a presença de Deus após a morte.

“Respondeu-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.” Lucas 23:43

“Preferindo deixar o corpo e habitar com o Senhor” 2 Coríntios 5:8b

“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor;” Filipenses 1:23

Ainda há outras doutrinas da IASD que podem ser consideradas heresias a partir do cristianismo bíblico que não serão abordadas neste estudo, sendo elas: Jesus e o arcanjo Miguel serem a mesma pessoa e a natureza pecaminosa de Jesus.
[1] Palestra proferida em 04/07/07 na conferência de Julho da Primeira Igreja Batista em Extrema - MG denominada: Combatendo Seitas e Heresias.
[2] Pastor batista (CBB), bacharel em teologia no STBSB-RJ, membro da equipe pastoral da Igreja Batista em Monte Verde, servindo na congregação em Itapeva de Minas - MG.
[3] Alguns preferem ultra-modernidade, neo-modernidade ou ainda, modernidade tardia.
[4] BÍBLIA APOLOGÉTICA. São Paulo: ICP (Instituto Cristão de Pesquisa), 2000. P. 1443.
[5] Hermenêutica é o termo teológico cunhado para designar a metodologia de interpretação da Bíblia. Depois o termo passou a designar todo esforço cientifico para a interpretação de um texto. Seu nome é derivado de Hermes , deus grego que buscava ouvir o que os deuses conversavam para depois, contar aos seres mortais. Cf. JAPIASSÚ, Hilton e MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1996.
[6] Daqui em diante IASD.
[7] CARVALHO FILHO, Roque Lopes. Seitas I: Compreendendo nosso tempo. Rio de Janeiro: Vida Plena, 1999. P. 26.
[8] CAIRNS, Earle E. O Cristianismo através dos séculos: Uma história da Igreja cristã. Tradução: Israel Belo de Azevedo. São Paulo: Vida Nova, 1995. P. 402.
[9] http://www.ucb.org.br/txtlstvw.aspx? – Acesso em 20/06/2007.
[10] CARVALHO FILHO, Op Cit. P. 27-28.
[11] Ibid. P. 31.
[12] http://www.ucb.org.br/txtlstvw.aspx? – Acesso em 20/06/2007.
[13] Termo usado para denominar toda a Igreja de Cristo espalhada na face da terra em todos os tempos que tem Jesus Cristo, Deus-filho como seu salvador e a Bíblia como regra de fé e prática.
[14] Vide apêndice 1, as Crenças Fundamentais da IASD.
[15] SAYÃO, Luiz. Uma avaliação sociológica do pentecostalismo e do neopentecostalismo contemporâneo. Vox Scripturae, Volume IX,Número 1, 1999. P. 83.
[16] Versão Almeida Revista e Atualizada. Toda citação bíblica da palestra será usada nesta versão.
[17] http://www.portaladventista.com/site/index.php?option=com_content&task=view&id=10&Itemid=4 - Acesso em 20/06/2007. Artigo 8 das Crenças Fundamentais da IASD.
[18] CARVALHO FILHO, Op. Cit. P. 29.
[19] Citado em Ibid.
[20] http://www.portaladventista.com/site/index.php?option=com_content&task=view&id=10&Itemid=4 - Acesso em 20/06/2007. Artigo 13 das Crenças Fundamentais da IASD. Grifo meu.
[21] Como por exemplo a CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs e a CMI – Conselho Mundial de Igrejas. Essas organizações ecumênicas são adeptas de uma orientação liberal em sua doutrina.
[22] Ibid.
[23] CARVALHO FILHO, Op Cit. P. 31.
[24] Op Cit. Artigo 20 das Crenças Fundamentais da IASD.
[25] Op Cit. Artigo 24 das Crenças Fundamentais da IASD.
[26] Ibid.
[27] Ibid. Artigo 26 das Crenças Fundamentais da IASD.
[28] Um líder local no período inter-testamentário (entre o AT e o NT). Mais informações sobre ele pode ser encontrada no livro apócrifo de 1 Macabeus na Bíblia romana.
[29] BÍBLIA DE ESTUDO DE GENEBRA. São Paulo e Barueri : Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. P. 997. (Comentário de Daniel 8:14).
[30] BÍBLIA APOLOGÉTICA, Op. Cit. P. 154-155. (Comentário de Levíticos 16:1-22).
[31] CALVINO, Juan. Institución de la Religion Cristiana. Tomo I. Barcelona, Espana : FELIre, 1999. P. 287.
[32] MEISTER, Mauro Fernando. Lei e Graça. São Paulo : Cultura Cristã, 2003. P. 46.

Um comentário:

Jesus minha inspiração disse...

Como membro da Igreja Adventista do 7º dia e teólogo, creio que sua explanação merece muitíssimos reparos. Principalmente teológicos. Como diz o mais básico príncípio de interpretação bíblico: "Quando se tira o texto do contexto, arruma-se um pretexto". Deixemos a Bíblia falar por si mesma e, veremos que a verdade é mais cristalina que as rotas ideias humanas. Abração.