segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Ludmila e o Padre

Por Pr. João de Souza
Não assisto o Faustão, mas, quando anunciaram que a cantora Ludmila estaria presente ao lado do Padre Fábio de Melo, interessei-me sobremaneira. Conclusão: O padre se saiu muito bem, enquanto a cantora e pastora não respondeu com contundência as perguntas do auditório. Pra quem vai o dinheiro dos shows arrecadados? Padre Fábio respondeu que paga sua equipe de artistas profissionais e o restante emprega em assistência social. E Ludmila? Respondeu evasivamente que também paga seus músicos! Ora, a gente sabe que nos shows patrocinados por prefeituras o cachê não baixa de dez mil reais por apresentação. Então, os dois mentiram, porque devem estar ricos!
A desculpa de que seu esposo é criador rural não convenceu o auditório de que Ludmila não fica com o dinheiro. Mas, até aí tudo bem! Os dois. Bem como a maioria dos cantores gospels que estão na TV vivem nababescamente à custa dos fieis. No entanto, percebi o espírito da pós-modernidade na entrevista, porque a cantora e pastora não foi contundente em suas respostas; não defendeu a integridade do evangelho na questão do divórcio e das práticas sexuais.
Neste sentido, devo elogiar o Otoni de Paula Junior, filho de meu amigo Otoni de Paula. Os Pais de Otoni, Antônio de Paula e Dorocy eram íntegros (pais de Obadias, Otoniel, Oziel, Oséias e de Otoni de Paula). Porque quando assisto o Otoni nas entrevistas na Rede TV vejo-o sempre forte e firme na defesa da palavra de Deus. Mas, ao assistir a Ludmila percebi a sutileza do espírito da pós-modernidade que hoje faz parte dos relacionamentos “gospels”. Isto é, abre-se mão de pressupostos doutrinários para não ferir as pessoas. Por isso, quando Ludmila falou do divórcio, do batismo e da sexualidade ficou aquém do que deveria responder; não foi contundente. Aliás, até na vestimenta a jovem senhora quis parecer moderninha, quanto mais nas respostas.

Oração em apologética

Um dos perigos do apologista é cair na armadilha de confiar em suas próprias habilidades intelectuais de convencer e levar alguém ao reino de Deus. Fico triste em afirmar que eu já fui culpado disso.

O orgulho se esconde no coração e assim não pode ser visto. Quando nós confiamos somente em nosso próprio conhecimento em vez da palavra de Deus, misericórdia e graça, nós caímos nessa armadilha. Não é a razão que converte, mas o Espírito de Deus. Não é a lógica que nos atrai as Deus, mas Jesus (Jo 12:32). Não é a evidência que convence uma pessoa de seus pecados, mas o Espírito Santo (Jo 16:8). É por isso que necessitamos confiar em Deus e confiar que Ele usará a nossa defesa da verdade para Sua glória e seu benefício.

Ignorar a oração na apologética é ser orgulhoso. É o mesmo que dizer que não precisamos de Deus. Mas nós precisamos orar por aqueles que estão perdidos, orar para que suas mentes sejam abertas, orar para que a palavra de Deus seja verdadeira para eles, orar para que nosso testemunho seja forte, e orar para que o mal não fique entre eles e nós. Nós estamos lutando uma batalha espiritual e precisamos de ferramentas espirituais. A oração é talvez a mais importante de todas elas.

Apologética para hoje

Desde a era apostólica, o Cristianismo foi firmado com base na defesa da fé. Em cada circunstância foi necessária uma mudança de metodologia, apesar da doutrina em si permanecer a mesma.Entretanto, em nosso tempo a apologética tem se mostrada falha, ou até mesmo inexistente. Alguns recusam o confronto e assumem uma atitude bem esponjosa, ou seja, absorvem tudo que entra em contato. Outros parecem defender a fé como se estivessem gritando para surdos, sem trazer qualquer impacto ao mundo. Se a doutrina cristã permanece verdadeira, onde a sua defesa falhou?

No auge do iluminismo, a razão era a rainha da verdade. Os pensadores daquela época acreditavam fielmente que a ciência era capaz de desvendar qualquer mistério presente no mundo. Eles repudiaram a imposição da verdade pela Igreja e só julgavam algo verossímil desde que fosse racionalmente comprovado. A Reforma surgiu nesse contexto. Apesar de René Descartes, considerado o pai da modernidade, nascer bem depois de Lutero e Calvino o clima intelectual já era manifesto no ambiente reformado. O próprio Lutero negou uma retratação da sua doutrina em detrimento da sua razão. Assim, o Protestantismo cresceu juntamente com a modernidade.

Na medida em que o pensamento científico se desenvolvia, novas descobertas eram realizadas e algumas desafiavam os ensinamentos bíblicos. Por conseguinte, os cristãos se empenhavam em buscar uma resposta que não comprometesse nem a Bíblia, nem a Ciência. A apologética era baseada na apresentação de fatos. A lei da não-contradição era fundamental na modernidade. A noção de que se algo é verdadeiro o oposto é falso era fator central na argumentação. Logo, a apologética era realizada através da apresentação de fatos por meio de um pensamento antitético.

Natal: a maior festa de aniversário do mundo!

"PARABÉNS JESUS!"

Comemoramos com alegria o nascimento de pessoas queridas e nos confraternizamos em seus aniversários. Portanto, entendemos ser válido e de muita gratidão nos regozijarmos também pelo nascimento de Jesus e lembrarmos desse acontecimento ímpar na história da humanidade com alegria. Outros, porém, entendem tratar-se de uma festa oriunda do paganismo, não-cristã. De antemão, queremos deixar bem claro que não iremos apresentar objeções contrárias aos grupos autenticamente cristãos que não participam de comemorações natalinas. Respeitamos essa opção, já que entendemos tratar-se de uma questão secundária. O mais importante para nós é nos mantermos unidos na fé em Jesus Cristo, respeitando a maneira amorosa de cada comunidade cristã prestar gratidão pela vinda do Filho de Deus à terra.

A palavra natal vem do latim natale, relativo ao nascimento. O mundo ocidental cristão define o Natal como a celebração do nascimento de Jesus Cristo, e isso ocorre, todos os anos, no dia 25 de dezembro. Observando a história, podemos analisar que a comemoração do nascimento de Jesus, através de uma data específica, era de pouco interesse dos cristãos primitivos.

A primeira evidência histórica de que dispomos sobre o Natal é da primeira metade do século III d.C. Hipólito, bispo de Roma, escolheu a data de 2 de janeiro para celebrar o nascimento de Jesus. Outros cristãos escolheram datas diferentes, tais como: 6 de janeiro, 25 ou 28 de março, 18 ou 19 de abril e 20 de maio. A comemoração universal de 25 de dezembro se firma entre 325 a 354 d.C., aproximadamente.


A celebração do nascimento de Jesus em 25 de dezembro


Os evangelhos não indicam a data em que o Senhor Jesus nasceu, mas apresentam um quadro grandioso e jubiloso da celebração desse dia: E eis que o anjo do Senhor veio sobre eles, e a glória do Senhor os cercou de resplendor e tiveram grande temor. E o anjo lhes disse: Não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria, que será para todo o povo: Pois, na cidade de Davi, vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor. E isto vos será por sinal: Acharás o menino envolto em panos, e deitado numa manjedoura. E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus, e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens (Lc 2.9-14).

É o Natal uma festa pagã?

Na literatura jeovista havia profusa citação de enciclopédias (religiosas e seculares) que apontavam para a origem pagã do Natal. Assim, eu tinha todas as razões para descartar totalmente a data de 25 de dezembro no meu calendário.

Causa-me tristeza, todavia, ao ver que no meio evangélico muitos irmãos estão se levantando contra a observância do Natal, apresentando as mesmas razões que eu, como testemunha-de­jeova, apresentava. Diante disso surgiu a pergunta inevitável: É pecado celebrar o Natal de Jesus em 25 de dezembro? Antes de responder a esta pergunta, vamos conhecer um pouco a história do Natal.


A origem do Natal


É verdade que a data de 25 de dezembro marcava a celebração de uma festa pagã conhecida como Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invencível), em homenagem ao deus Mitra (da religião persa), e que esta festa era estimulada com orgias sexuais e embriaguez. No ano 440 dc., porém, a data foi fixada para marcar o nascimento de Jesus, já que ninguém sabia a data de seu nascimento.

A questão fundamental : Esta origem pagã depõe contra os cristãos que hoje celebram o 25 de dezembro em homenagem a Jesus? Necessariamente, não! O Natal (mesmo tendo urna origem pagã) é um evento que deveria ser celebrado por todos os cristãos ao redor do mundo (sem dogmatizar). Mas, por quê? Ora, havia uma festa dedicada a um deus falso, Mitra, considerado o Sol Invencível. As atenções eram volta­das para ele (e isto, sim, servia aos propósitos de Satanás). Surge, porém, a igreja com uma mensagem inovadora aos pagãos: O Sol Invencível existe, e não é Mitra (uma entidade mito­lógica); seu nome é JESUS! Ele foi visto e toca­do, pois era real (1 João 1:1). Dele falou o profeta Malaquias: “Mas para vós, que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, trazendo salvação debaixo das suas asas” (4:2). A festa mitraica oferecia prazeres terrenos e momentâneos (portanto, efêmeros); ao passo que Jesus oferecia a salvação, a libertação do pecado e a vida eterna (valores perenes). “Pois o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14:17).