terça-feira, 27 de outubro de 2009

Zelo Religioso Inadequado


Esta estátua de "Pedro" (exibida à esquerda) é venerada pelos católicos em todo o mundo, ao ponto de o pé da estátua ter ficado desgastado pela quantidade de "beijos dos fiéis". Sim, os católicos amam Pedro tanto que desconsideram aquilo que ele disse ao íntegro Cornélio quando este "prostrando-se a seus pés, o adorou". Pedro disse: "Levanta-te, que eu também sou homem." (Atos 10:25-26).

Você poderia achar que, se os católicos romanos quisessem seguir a Pedro, eles iriam se interessar em saber o que ele realmente disse, mas acho que esse não é o caso. Deixe-me lhe dar um exemplo. O Catecismo da Igreja Católica n° 552 diz: "Por causa da fé que confessou, Pedro permanecerá a inabalável pedra da Igreja". Entretanto, Pedro escreve em suas epístolas que Jesus é a pedra que os edificadores reprovaram — não ele! Leia cuidadosamente as próprias palavras de Pedro:

"Por isso também na Escritura se contém: Eis que ponho em Sião a pedra principal da esquina, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é preciosa, mas, para os rebeldes, a pedra que os edificadores reprovaram, essa foi a principal da esquina. E uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, para aqueles que tropeçam na palavra, sendo desobedientes; para o que também foram destinados." [1 Pedro 2:6-8].

Por que os "edificadores" católicos romanos não aprovaram Jesus como sua "pedra" quando o "primeiro papa" afirma que Jesus é a pedra? Eles fazem de Pedro sua "pedra" em vez de Cristo. O teólogo e historiador católico Peter DeRosa admite:

"Ouvir que os grandes pais da igreja não viam conexão alguma entre essa passagem (Mateus 16:18) e o papa é algo que pode abalá-los. Nenhum deles aplica 'Tu és Pedro' a qualquer pessoa, exceto a Pedro. Um após o outro, eles analisam: Cipriano, Orígenes, Cirilo, Hilário, Jerônimo, Ambrósio, Agostinho. Eles não são exatamente protestantes. Nenhum deles chama o bispo de Roma de uma pedra ou aplica a ele especificamente a promessa das chaves. Isso é assustador para os católicos... As surpresas não param por aí. Para os pais, é a fé de Pedro — ou o Senhor em quem Pedro tem fé — que é chamado de a pedra, não Pedro." [Vicars of Christ (Vigários de Cristo), DeRosa, 24].

Esse entendimento original dos pais da Igreja Católica, como descrito acima, está absolutamente correto! Jesus declara a fé de Pedro n'Ele como a "pedra sobre a qual edificarei a minha igreja..." Além disso, as Escrituras claramente proporcionam essa compreensão e, uma vez que você entender, perceberá que os teólogos católicos romanos vêm nitidamente mentindo para os fiéis há mais de 1.000 anos.

Nas Escrituras originais, em Mateus 16:18, Jesus usa duas palavras para "pedra" na linguagem original. Essa diferença em palavras (NT: petros = pedra", e petra = uma enorme rocha) revela que Jesus não está baseando a Sua igreja na "pedra" de Pedro, mas em uma pedra muito maior, como o rochedo de Gibraltar (o próprio Jesus). Vejamos os versos 15-18 para assimilar o contexto:

"Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus." [Mateus 16:15-17].

Agora, o verso 18 contém a clara verdade:

"Pois também eu te digo que tu és Pedro [petros=pedra], e sobre esta pedra [petra = uma pedra imensa, como o rochedo de Gibraltar] edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." [Mateus 16:18].

Como você pode constatar, Jesus afirmou com clareza sobre qual "Pedra" estava edificando a Sua igreja: a confissão de fé que Pedro pronunciou no verso 17. Seu uso de duas palavras distintas para "pedra" claramente proíbe qualquer pessoa de sequer imaginar, crer ou ensinar, que Pedro era a "pedra".

Novamente, lemos o grande historiador e teólogo católico Peter DeRosa:

"Já observamos que nenhum pai da igreja pode achar qualquer sombra de ofício petrino nos grandes textos bíblicos que se referem a Pedro. A supremacia papal e a infalibilidade, tão centrais na Igreja Católica hoje, simplesmente, não são mencionadas. Nenhum único credo, ou confissão de fé, nem catecismo, nem passagem nos escritos patrísticos contêm uma sílaba sobre o papa, menos ainda sobre a fé e doutrina sendo derivadas dele." [Vicars of Christ, DeRosa, 206; tradução nossa].

Assim, por admissão de um teólogo católico romano, os primeiros pais católicos nunca reivindicaram que Pedro fosse a pedra sobre a qual Jesus estabeleceria Sua Igreja! Uma vez que os católicos atribuem tanta ênfase às tradições da Igreja, por que ignoram essa importantíssima tradição da Igreja? Parece que são terrivelmente seletivos quanto às tradições que servirão de base para construírem sua Igreja moderna!

Paulo reitera, em sua epístola aos Coríntios, que Jesus é a pedra:

"E beberam todos da mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo." [1 Coríntios 10:4].

Como, então, podem os homens levar a sério a reivindicação do romanismo de que Pedro é a "pedra inabalável"? Tudo o que podemos encontrar nos escritos de Pedro sobre a sua própria posição entre os apóstolos está em 1 Pedro 5:1: "Aos presbíteros, que estão entre vós, admoesto eu, que sou também presbítero com eles..." Também temos o testemunho de Paulo, que disse que Pedro era o "apóstolo da circuncisão" (isto é, dos judeus). Veja:

"E, quanto àqueles que pareciam ser alguma coisa (quais tenham sido noutro tempo, não se me dá; Deus não aceita a aparência do homem), esses, digo, que pareciam ser alguma coisa, nada me comunicaram; antes, pelo contrário, quando viram que o evangelho da incircuncisão me estava confiado, como a Pedro o da circuncisão (porque aquele que operou eficazmente em Pedro para o apostolado da circuncisão, esse operou também em mim com eficácia para com os gentios). E conhecendo Tiago, Cefas e João, que eram considerados como as colunas, a graça que me havia sido dada, deram-nos as destras, em comunhão comigo e com Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios, e eles à circuncisão." [Gálatas 2:6-9].

Está muito claro nas Escrituras que Pedro não é pedra da igreja.

O apóstolo Pedro era um homem casado, cuja mulher o acompanhava enquanto ele pregava o Evangelho. Mateus 8:14 diz: "Ora, tendo Jesus entrado na casa de Pedro, viu a sogra deste de cama; e com febre." E novamente em 1 Coríntios 9:5: "Não temos nós direito de levar conosco esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?" Note que ele menciona "o direito" de levar a esposa crente. Mas com que direito a hierarquia do romanismo tirou o direito que Deus deu aos seus próprios apóstolos? Não seria razoável concluir que, se a hierarquia romanista fosse realmente a "sucessora de pedro", eles teriam o direito de levar consigo uma esposa?

Roma deu ouvidos às "doutrinas de demônios" em vez de às suaves doutrinas de Jesus Cristo, exatamente como as Escrituras previram em 1 Timóteo 4:1-3:

"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças." [1 Timóteo 4:1-3].

Nenhum comentário: