sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
A IDEOLOGIA CARISMÁTICA E O PROTESTANTISMO - VAMOS ENTENDER ISSO?
“Mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e retirou-se” (Mt.13:25).
Santa Inquisição
Em séculos passados qualquer idéia que inspirasse um suposto ecumenismo, era tratada pela igreja católica como uma heresia que devia ser veementemente combatida. Um dos instrumentos criados para fazer valer as decisões da igreja romana contra os hereges foi o tribunal da “santa inquisição”. Historiadores afirmam que a “santa inquisição” foi responsável pela morte de milhares de pessoas. Voltemos um pouco no tempo, mais precisamente ao tribunal de Córdoba no ano de 1630, para vermos como o romanismo tratava aqueles que não rezassem de acordo com sua cartilha. Diz um documento do “santo ofício”:
“Que a maldição de Deus Todo – Poderoso e da gloriosa Virgem Maria, dos Bem – Aventurados Apóstolos são Pedro e São Paulo, e de todos os Santos do Céu venha sobre vós e cada um de vós, assim como todas as pragas do Egito e as maldições que caíram sobre o faraó e seu povo, pois não haveis obedecidos aos mandamentos divinos. E que sejais submetidos às mesmas sentenças que flagelaram Sodoma e Gomorra, Datan e Abiram, engolidos pela terra por causa do pecado de desobediência cometido contra Deus. E que sejais malditos em vosso comer, beber, velar, dormir, levantar, andar, viver e morrer. Endurecei-vos em vosso pecado com o demônio sempre à vossa direita até o Juízo Final, onde sereis condenados. Que vossos dias sejam curtos e penosos. Que vossos bens caiam nas mãos de estranhos que os possam gozar. Que vossos filhos sejam órfãos e caiam na necessidade, banidos de vossas casas queimadas. Que toda a gente vos deteste, sem piedade de vós e de vossos negócios. Que vossa malvadeza permaneça na memória de todos, oposta à veneração divina. Que maldito sejam o pão, o vinho e a carne que vós comeis e bebeis, a roupa que vestis, as camas onde dormis, que vós sejais malditos com todas as maldições do Antigo e Novo Testamento, malditos com Lúcifer, Judas e todos os diabos dos infernos, que eles sejam vossos senhores e vossa companhia. Amém”
Aqui no Brasil muitos protestantes amargaram os efeitos desse ‘anátema’. A propósito, diz o historiador J. Reis Pereira: “A pregação do evangelho pelos batistas não era vista com bons olhos pelos sacerdotes católicos. Tanto mais que o povo ouvia os pregadores. O povo brasileiro é, em geral, tolerante. Mas pode chegar a extremos de violência quando açulado pelos seus líderes religiosos. E isso aconteceu inúmeras vezes (...) Inicialmente, os padres atacavam os pregadores no púlpito e através de artigos nos jornais da cidade. Uma acusação freqüente era de que os protestantes usavam Bíblias falsas. Quando esses meios falhavam e continuava a haver conversões, apelavam para a violência, algumas vezes contando com a ajuda das autoridades”
Irmãos Separados
Os tempos mudaram, a visão católica também. Em anos mais recentes percebe-se que o discurso católico com respeito aos dissidentes (antigos hereges) tem se tornado mais atenuado. As decisões agora não são mais verticalizadas como anteriormente, mas horizontalizadas, isto é, procura-se estabelecer um diálogo com os antigos dissidentes ou hereges, e o caminho mais curto para isso é o do ecumenismo. No Concílio do Vaticano II (1961 –1965) observamos uma forte ênfase da Igreja Católica sobre o ecumenismo. Na sessão: “A relação dos Irmãos separados com a Igreja Católica” (novo termo para aqueles que dantes eram “os dissidentes”), lemos: “Os irmãos separados de nós realizam, também, não poucas ações sacras da religião cristã. Estas podem, sem dúvida, por vários modos, conforme a condição de cada Igreja ou Comunidade, produzir realmente a vida da graça. Devem mesmo ser tidas como aptas para abrir as portas à comunhão salvadora.“Portanto, mesmo as Igrejas e Comunidades separadas, embora creiamos que tenham deficiências, de forma alguma estão destituídas de significação e importância no mistério da salvação. O Espírito Santo não recusa empregá-las como meios de salvação, embora a virtude desses derive da própria plenitude de graça e verdade confiada à Igreja católica. “Contudo, os irmãos de nós separados, tantos os indivíduos como suas Comunidades e Igrejas, não gozam daquela unidade que Jesus Cristo quis prodigalizar a todos aqueles que regenerou e convivificou num só corpo e em novidade de vida e que as Sagradas Escrituras e a venerável Tradição da Igreja professam. Somente através da Igreja católica de Cristo, auxílio geral de salvação, pode ser atingida toda a plenitude dos meios de salvação. Cremos também que o Senhor confiou todos os bens do Novo Testamento ao único Colégio apostólico, à cuja testa está Pedro, a fim de constituir na terra um só corpo de Cristo, ao qual é necessário que se incorporem plenamente todos os que, de alguma forma, pertencem ao povo de Deus (...) É sem dúvida necessário que os fiéis católicos, na ação ecumênica, se preocupem com os irmãos separados, rezando por eles, comunicando-se com eles sobre assuntos da Igreja, dando os primeiros passos em direção a eles (...) Este Sagrado Sínodo constata com alegria que a participação dos fiéis católicos na ação ecumênica cresce de dia para dia. Recomenda-se aos Bispos de toda a terra para que seja por ele prudentemente promovida e dirigida”.
Observa-se uma mudança radical por parte do Concílio do Vaticano II com relação aos dissidentes do catolicismo. Contudo essa mudança, como revela esse documento, ainda mantém o mito de ser o catolicismo a legítima igreja de Cristo, o mito de que o papa é o sucessor de Pedro, além do fato de manter de pé antigos dogmas como os da “venerável tradição”.
Irmãos em Cristo
O esforço de ‘unir’ católicos e protestantes tem ganhado força nos tempos modernos. Em sua edição do dia 10 de novembro de 1999, a revista VEJA, na seção “Religião”, trouxe a reportagem intitulada: “Irmãos em Cristo”. A reportagem mostra a assinatura de um histórico acordo entre católicos e luteranos. Devido a sua grande riqueza de detalhes, principalmente no que concerne ao resgate histórico dos motivos que desencadearam o cisma entre católicos e protestantes, reproduzi-la-ei aqui em sua maior parte:
“Quase cinco séculos depois do cisma que deu origem ao protestantismo, católicos e luteranos selaram um acordo histórico. O cardeal australiano Edward Cassidy, representante do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade Cristã, e o bispo alemão Christian Krause, presidente da Federação Luterana Mundial, firmaram a Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação. O documento de vinte páginas trata de um aspecto teológico aparentemente insignificante. Seu texto final diz que “só pela graça e pela fé na ação salvadora de Cristo, e não com base em nossos méritos, somos aceitos por Deus e recebemos o Espírito Santo, que renova nossos corações e nos habilita e conclama a realizar as obras de bem”. A fórmula é um meio termo entre duas posições que pareciam irreconciliáveis. Até então, os católicos acreditavam que, para uma pessoa alcançar o paraíso, as boas ações eram tão importantes quanto a solidez de uma crença. Os luteranos, por sua vez, batiam-se pela noção de que bastava ter uma fé robusta para evitar a queda no inferno. A sutileza ganha relevância quando se tem em mente que a causa do cisma foi justamente o fato de o monge alemão Martinho Lutero ter-se rebelado em 1517 contra a ênfase da Igreja nas “boas obras”, argumento doutrinal que justificava o comércio de indulgências. Na época, quem quisesse ter seus pecados atenuados perante os olhos do papa era instado a pagar por isso – e caro. Foi graças à venda de indulgências, por exemplo, que a portentosa Basílica de São Pedro pôde ser erguida. Excomungado por Leão X em 1521, Lutero lançaria nove anos mais tarde as bases da Reforma Protestante, na cidade alemã de Augsburg. A mesma onde o cardeal Cassidy e o bispo Krause assinaram o acordo. Além de reafirmar que a fé era o único caminho para a salvação, ele elaborou uma teologia exclusivamente centrada nas Sagradas Escrituras. Com isso fez tábula rasa da autoridade papal e de toda a tradição da Igreja Católica (...) Entre outras coisas Lutero reduziu os sacramentos de sete para dois (batismo e eucaristia), descartou o princípio da transubstanciação (aquele momento da missa em que o padre “converte” pão e vinho no corpo e no sangue de Jesus) e abjurou o dogma da Virgem Maria. Como tais pontos ficaram de fora do documento firmado na semana passada, a reunificação das duas vertentes cristãs continua a ser o que sempre foi – um sonho distante para os católicos e um pesadelo longínquo para os protestantes. A declaração conjunta é fruto de uma necessidade imediata de ambos os lados e de uma lenta transformação no interior da Igreja. A necessidade imediata: concentrar forças para barrar o crescimento das religiões neopentecostais, que vêm arregimentando almas entre luteranos e católicos. Essa aproximação teria sido impossível, no entanto, não houvesse mudado a atitude da cúpula católica com respeito ao ecumenismo, um conceito surgido no século XIX. Até o papa João XXIII, que reinou entre 1958 e 1963, esta era uma palavra proibida no Vaticano. A concepção que vigorava era a do unionismo. Anglicanos, luteranos e ortodoxos deveriam simplesmente renunciar a sua autonomia e voltar ao seio da Santa Madre, mais ou menos como na parábola do filho pródigo. Eram vistos como dissidentes. “Eles devem retornar à verdadeira Igreja de Cristo, da qual infelizmente se distanciaram”, afirmou com todas as letras Pio XI, em uma encíclica de 1928. João XXIII revogou essa visão ao propor o ecumenismo como uma das bandeiras do Concílio do Vaticano II, a assembléia de cardeais, bispos e teólogos que modernizaria a doutrina e a prática da Igreja. Ele foi o primeiro pontífice a fazer um gesto de boa vontade em direção a outra igreja cristã. Em 1960, recebeu a visita do primaz anglicano, acontecimento que levou muito prelado a achar que o papa estava ficando maluco. A lição de João XXIII”, continua a reportagem de VEJA, “foi seguida à risca por Paulo VI, que entrou em acordo com os ortodoxos gregos, e por João Paulo II. O documento de augsburg, aliás, já é considerado um marco do atual pontificado, embora sua gestação date dos anos 60, quando foi instruída a Comissão Mista Internacional Católico – Luterana. O esforço ecumênico do papa polonês tem sido notável, em especial nos últimos anos. Ele deseja que a Igreja Católica adentre o novo milênio reconciliada não só com os diversos ramos do cristianismo, mas também com o judaísmo e o islamismo, religiões que até pouco tempo atrás eram tratadas como inimigas. Embora a ação ecumênica seja encarada como um movimento “irreversível”, para usar o adjetivo do próprio João Paulo II, ela ainda é uma área de tensão. E dificilmente deixará de sê-lo. Isso porque a Igreja não abre mão de seu primado. Por ter sido fundada pelos apóstolos Pedro e Paulo, a instituição vê-se como a única representante legítima de Cristo. Daí o adjetivo “apostólica”, que se segue ao “católica”. Ao definir-se também como “romana”, a Igreja diz ao mundo que não existe outra autoridade cristã que se equipare ao pontífice encastelado em Roma. Ou seja, o ecumenismo, para a cúpula católica, não passa de uma relação estratégica entre partes que nunca serão iguais”.
Operação Cavalo de Tróia
Há pontos nesta reportagem de VEJA, que me faz lembrar do presente que os gregos mandaram para os troianos. “O Cavalo de Tróia” como ficou mundialmente conhecido, era um grande cavalo feito de madeira. Os gregos que tinham a intenção de conquistarem Tróia, foram aconselhados por Ulisses a fazer esse grande cavalo e mandá-lo de presente para Tróia. Dentro do “presente dos gregos” estavam muitos guerreiros, que dessa forma podiam se infiltrar entre os troianos e surpreendê-los. Está claro que o ecumenismo pretendido pelo romanismo, não passa de “uma Operação Cavalo de Tróia” na versão religiosa. Embora o artigo fale de um acordo ecumênico entre católicos e luteranos, é necessário separarmos o joio do trigo. Embora os luteranos estejam inseridos dentro da tradição protestante, no entanto, é necessário dizer que não representam todo o protestantismo histórico, que sempre rejeitou qualquer pretensão a um suposto ecumenismo encabeçado pela igreja de Roma. Nesta reportagem de VEJA, percebemos que o clero está preocupado em “concentrar forças para barrar o crescimento das religiões neopentecostais, que vêm arregimentando almas entre luteranos e católicos”.
No livro: "Cuidado: Aí Vêm os Pentecostais", lançado em 1975, o escritor americano Peter Wagner já mostrava a explosão dos pentecostais na América Latina, dando destaque para o fenomenal crescimento dessas igrejas no Brasil . Esse crescimento em escala geométrica do pentecostalismo e o esvaziamento do catolicismo na terra de Vera Cruz, preocupava em muito o Vaticano. Acrescente-se a isso, as constantes pesquisas que traziam dados assustadores, revelando os baixos índices de católicos praticantes em contraste com a explosão evangélica.
Dentro desse contexto é que aparece a Renovação Carismática. Dizendo que a renovação fala a mesma língua dos evangélicos, principalmente os pentecostais, o clero romano tem usado a renovação católica para fomentar um suposto ecumenismo. No entanto, deve ser observado que o apoio dado pelo clero católico à Renovação Carismática é ideológico. Nesta reportagem de VEJA, percebemos que o clero está preocupado em “concentrar forças para barrar o crescimento das religiões neopentecostais, que vêm arregimentando almas entre luteranos e católicos”. O apoio por parte do clero ao Movimento de Renovação é estratégico e ideológico como já disse em outra parte deste texto. Ideológico porque revela a clara intenção da liderança romana em controlá-lo, impondo as suas milenares tradições. A propósito, a socióloga Maria Machado põe isso em destaque, quando fala sobre o posicionamento da Igreja Católica no estado do Rio de Janeiro em relação à Renovação carismática: “sob uma direção conservadora, a Arquidiocese do Rio de Janeiro apóia o movimento, cuidando de impedir os excessos e de enfatizar a devoção à Virgem Maria entre os carismáticos”. Ainda na sua premiada obra, página 119 diz a Dr.ª Machado: “Alguns estudiosos chegam mesmo a interpretar a força deste culto (a Maria) no Movimento carismático como um incentivo da própria hierarquia católica para manter o movimento dentro da sua tradição”.
É estratégico porque por trás de tudo isso está a clara intenção de conter o avanço evangélico no Brasil, como bem observou o Dr. Ricardo Mariano, sociólogo da Universidade de São Paulo: “Os carismáticos têm o apoio do papa, que precisa enfrentar a proliferação dos evangélicos no Brasil, e estão conseguindo romper a resistência dos bispos e padres progressistas.” Antecipando-se a essas palavras de Mariano, a revista evangélica “A SEARA” vaticinava em 1997 : “A entidade (CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) vem demostrando, através de seus relatórios, constante preocupação com a evasão dos fiéis católicos – estatísticas da CNBB mostram que esse número chega a 600 mil por ano somente na América Latina. Quase a totalidade desse contingente engrossa as fileiras das diversas denominações cristãs evangélicas. Em abril de 1991, as autoridades católicas descobriram uma maneira de reverter esse quadro: apontaram a renovação carismática como uma das principais formas de combater o crescimento religioso que julgam concorrente”.
Este é um fato patente a qualquer pesquisador sério e desprovido de preconceito. O clero “apóia” a renovação, mas dá as coordenadas desse apoio. Em uma outra reportagem: “Possuídos pelo Fogo de Deus”, a revista VEJA observa: “A Igreja Católica chegou bem depois dos protestantes nos cultos pentecostais, e só quando conheceu um enfraquecimento sem precedentes, seus fiéis migrando para credos evangélicos. Padres como Marcelo Rossi e outros da Renovação carismática, o novo alento do catolicismo, vêm conseguindo trazer de volta o rebanho desgarrado.” Observa-se que a renovação carismática, de um grande movimento do Espírito no início, transformou-se em uma arma contra o crescimento dos evangélicos no Brasil. É isto o que diz precisamente a revista ISTOÉ do dia 3/7/91: “Os carismáticos crescem no país e se firmam como a arma contra os pentecostais”. A renovação carismática surge como a grande vacina contra a pentecostalização do catolicismo. É nesse contexto que o atual movimento carismático deve ser entendido – uma estratégia de segurar os fiéis ou mantê-los católicos, custe o que custar. “O crescimento fenomenal do povo pentecostal no Brasil”, diz a revista Defesa da Fé, “ causava terrível preocupação à liderança católica. A RCC tem pois como objetivo segurar o católico dentro da sua própria Igreja e restaurar suas práticas e crendices. Assim a RCC não está interessada em trazer o povo a uma vida nova em Cristo, mas em torná-lo católico praticante, ter orgulho de ser católico” .
Sem dúvida o Vaticano está de olho nesta parte da terra, monitorando os passos do seu rebanho. Para esse fim o papa esteve aqui em 1997. Em uma reportagem datada de setembro de 1997, intitulada: “Pastor sem rebanho”, a revista VINDE responde à pergunta: “O que traz o papa ao Brasil?” E põe em relevo a preocupação da Santa Sé com as mudanças religiosas aqui ocorridas:
“O Brasil mudou muito (...) uma das mudanças mais notáveis, sem dúvida, afeta diretamente a Igreja Católica: a crescente debandada de fiéis, proporcional ao avanço do pentecostalismo – segmento evangélico que crê em dons sobrenaturais do Espírito Santo – É justamente esse o problema que atormenta a Santa Sé neste fim de século, a ponto de tornar-se uma das razões – nem sempre declarada – da vinda do papa ao país”.
Não há como negar que a renovação carismática está sendo usada como uma arma para a contenção da evasão de fiéis no catolicismo tradicional. Depois de um estudo exaustivo sobre as doutrinas católicas, os autores do livro “Os Fatos sobre o Catolicismo Romano”, mostram o principal objetivo da renovação carismática: “Questionada a princípio, a Renovação carismática tornou-se a grande aliada da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) para deter o êxodo dos católicos para outras igrejas” . Para Paulo Romeiro, o papel da renovação carismática em relação aos evangélicos é semelhante àquele desempenhado pelos jesuítas quando combateram a reforma luterana: “vejo-o (o movimento carismático) também como uma réplica do movimento da contra- reforma dos jesuítas. Assim como o movimento liderado por Inácio de Loyola tentou frear a reforma protestante, hoje o movimento carismático tenta deter o êxodo de católicos para o Pentecostalismo” .
O vaticanista Sandro Magister, em entrevista ao Fantástico, programa exibido pela rede Globo de televisão no dia 07/10/2001, não deixa dúvidas quanto ao verdadeiro papel da renovação carismática. Ao ser indagado sobre a possibilidade de no futuro os católicos terem um papa brasileiro, este especialista em assuntos relativos ao Vaticano, disse que um cardeal brasileiro que seja apreciado tanto pela esquerda como pela direita, e que tenha estreita ligação com a renovação carismática tem grandes chances de vir a ser o chefe dos católicos. A razão alegada por Magister é que o Vaticano está preocupado com o crescimento das “seitas” protestantes na América Latina, e segundo ele a renovação carismática é a solução para esse problema: “Uma das principais dificuldades da Igreja na América Latina é o crescimento das seitas protestantes e dos novos cultos, que vêm roubando muito fiéis. O movimento carismático pode frear esta tendência.” Basta lermos a literatura da renovação ou assistir aos seus shows na TV para percebermos esse fato. Já vi padres passarem longas horas na TV, numa espécie de lavagem cerebral, dizendo: “graças a Deus porque sou católico”. Outros quando apresentam seus programas fazem questão de enfatizarem a veneração à Maria. O ritual de seus cultos é uma mistura de práticas medievais com elementos vindo do pentecostalismo.
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